A empresa de energias renováveis espanhola Abengoa, à beira da falência, reúne-se na quarta-feira com os bancos seus credores e com a consultora KPMG, para tentar alcançar um acordo que lhe dê a liquidez necessária para pagamentos urgentes.

O acordo para desbloquear a liquidez da empresa – essencial para pagar a empregados e fornecedores – é o primeiro grande obstáculo no processo de reestruturação da empresa andaluza, que se iniciou no passado dia 25 de novembro.

A banca, principal credora da Abengoa – que tem mais de 9 mil milhões de euros em dívida financeira – mostrou dúvidas logo no início do processo quanto aos verdadeiros contornos da dívida da empresa, pelo que pediu à KPMG um estudo detalhado.

Este estudo, que poderá ficar pronto esta semana, pode ajudar a banca a formular um plano para os quatro meses que durará o processo de reestruturação.

Na semana passada, a Abengoa estimou em cerca de 450 milhões de euros as necessidades de liquidez para os próximos quatro meses, dos quais 100 milhões até ao final do ano.

Alguns bancos consideram que estes valores estão acima das necessidades reais da Abengoa. Calculam, pelo contrário, que a empresa precisa de cerca de 80 milhões por mês, ou seja cerca de 320 milhões nos quatro meses do processo.

Ainda assim, independentemente do desacordo quanto a valores, os credores estão dispostos a injetar liquidez no grupo, por considerarem que é imprescindível para garantir a sobrevivência da Abengoa.

Por outro lado, o jornal económico espanhol Expansión escreve esta terça-feira que a banca credora da Abengoa está a forçar a companhia a vender a sua filial mais valiosa, a Yieldco. Caso vendesse pelo menos 10% da filial, a Abengoa obteria recursos necessários para se aguentar até ao Natal, adianta o diário.

Esta posição da banca surge precisamente porque não acredita que a Abengoa precise de 450 milhões de euros em liquidez para evitar a suspensão de pagamentos.

Fonte: Dinheiro Vivo

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