Apesar da subida da dívida, a melhoria do EBITDA ajudou a estabilizar os rácios de endividamento.

As empresas não-financeiras que integram actualmente o PSI 20 aumentaram, pela primeira vez desde a chegada da ‘troika’, o valor da dívida líquida. No acumulado das 14 empresas analisadas, a dívida líquida aumentou 320 milhões de euros para 31.350 milhões de euros, uma subida de cerca de 1%.

Mais de metade do valor total pertence à EDP, que tem uma dívida líquida de 17.040 milhões de euros. Ainda assim, a eléctrica conseguiu reduzir 40 milhões de euros de dívida e baixar o rácio de endividamento, comparando o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações).Esse rácio baixou de 4,75 vezes para 4,70.

A contribuir para o aumento do endividamento estiveram sobretudo a Galp e as construtoras. A petrolífera aumentou a dívida líquida em 330 milhões de euros para 1.630 milhões de euros (este valor contabiliza o empréstimo de 890 milhões à Sinopec como caixa e equivalentes, item que é deduzido ao valor da dívida bruta). Trata-se de uma subida de 25%. A empresa explicou a subida do endividamento “sobretudo devido ao investimento em activo fixo realizado no período”. Apesar deste aumento, a petrolífera tem um dos rácios de endividamento mais baixos da bolsa nacional.A dívida líquida é 1,2 vezes superior ao EBITDA, pouco acima das 1,1 vezes registadas em 2013.

Além da Galp, também as empresas de construção aumentaram o recurso à dívida.A Mota-Engil, por exemplo, aumentou o endividamento líquido em quase 190 milhões, ultrapassando a fasquia dos mil milhões de euros. A empresa liderada por Gonçalo Moura Martins explicou esse aumento “essencialmente pelo investimento em fundo de maneio e em activo fixo”. A construtora tem um rácio de alavancagem de 2,8 vezes.

Também a Teixeira Duarte aumentou o endividamento líquido em 117,2 milhões de euros para 1.290 milhões. A empresa refere que isso se deveu a “investimentos realizados em instalações e equipamentos”. O rácio da dívida sobre o EBITDA situa-se em 5,4 vezes. Ainda assim, a subida de 12% do EBITDA em 2014 permitiu à empresa baixar o rácio de alavancagem.

Apesar dos lucros líquidos das cotadas não-financeiras do PSI 20 terem estagnado em 2014, o EBITDA, que dá uma ideia da evolução operacional, subiu, no acumulado das 14 cotadas, 135 milhões de euros. Situa-se perto de 9.700 milhões de euros. Esta subida do EBITDApermitiu que o rácio de alavancagem estabilizasse em 3,24 vezes.

Fonte: Económico

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