Os juros das obrigações do Tesouro fecharam hoje em alta, quando a maioria dos periféricos viu o custo de financiamento da dívida baixar. Só a Eslovénia acompanhou Portugal nas subidas.

As yields das obrigações do Tesouro português a dez anos fecharam hoje em alta no mercado secundário. A subida foi de 6,44% no fecho de ontem para 6,54% no fecho de hoje, segundo dados da Datosmacro. Durante o dia chegaram a 6,69% e registou um mínimo intradidário de 6,42%, muito perto do valor de fecho de ontem. Este nível de yields está mais de um ponto percentual acima do valor registado no mercado secundário no dia 7 de maio, aquando da emissão obrigacionista a dez anos pela República Portuguesa.

Só a Eslovénia acompanhou o movimento de subida do custo de financiamento da dívida portuguesa. As yields das obrigações eslovenas subiram de 6,55% para 6,64%, no período referido.

Nas restantes obrigações soberanas dos países periféricos da zona euro no prazo a dez anos, o movimento foi de descida da yields, com particular destaque para a Grécia, cuja rendibilidade das obrigações desceu de 10,42% no fecho de ontem para 10,16% no fecho de hoje.

A probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa num horizonte de cinco anos voltou a subir, fechando em 27,93%, acima dos 27,71% registados ontem, segundo dados da CMA S&P Capital IQ. Portugal mantém o 9º lugar no grupo das 10 economias com maior probabilidade de bancarrota.

FMI não pode afirmar com elevada probabilidade sustentabilidade da dívida

Ao final da tarde, o Fundo Monetário Internacional divulgou o seu relatório sobre a sétima avaliação do programa de resgate gerido pela troika. Os técnicos do Fundo sublinham que a sustentabilidade da dívida portuguesa “não pode ser afirmada com elevada probabilidade” e advertem que “basear as políticas na suposição de que a recente melhoria do sentimento (dos mercados financeiros) perdurará será muito imprudente”. Por outro lado, o FMI deixa um recado para a União Europeia e o Eurogrupo. “Os riscos são consideráveis e Portugal permanece vulnerável a choques provenientes de outros países da zona euro ou de falhanços de políticas a nível regional (da zona euro no seu conjunto)”. Por isso, os esforços internos têm de ser “complementados por reformas institucionais e políticas sólidas de gestão da crise ao nível da zona euro”.

O FMI reafirma a urgência de concretização do compromisso assumido pelas autoridades europeias de revisão dos prazos dos empréstimos contraídos por Portugal junto do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira e do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira, no âmbito do programa de resgate. Essa alteração parcial do perfil da dívida ajudará a aliviar o peso do serviço de um endividamento que deverá atingir 123,6% do PIB no final de 2013.  Tanto mais que o FMI não coloca de lado “a probabilidade de um pico de dívida ainda maior” devido “a riscos significativos de deterioração para as projeções de crescimento atuais, bem como a possibilidade de que alguns passivos contingentes possam migrar para as contas do governo”.

Fonte: Expresso

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