No dia em que o Parlamento grego discute o acordo proposto pela Europa, o ex-ministro das Finanças dá a sua visão sobre os “Termos da Rendição da Grécia”.

“A declaração da Cimeira do Euro (ou Termos da Rendição da Grécia – como ficará para a história) segue, anotado por ‘yours truly’. O texto original está intocado com as minhas notas confinadas a parêntesis rectos (e a vermelho). Leiam e chorem…” É desta forma que Yanis Varoufakis nos encaminha do seu ‘blog’ para a versão por si anotada do texto que hoje está a ser discutido no Parlamento grego.

Os reparos do ex-ministro das Finanças do Governo de Alexis Tsipras seguem na linha das últimas críticas que tem deixado em entrevistas, mas num registo centrado no termo que Varoufakis refere no ‘blog’: “Rendição”.

Quando a declaração da Cimeira indica que esta insiste na “necessidade crucial de reconstruir a confiança nas autoridades gregas”, Varoufakis adiciona “

[o Governo grego tem de introduzir nova austeridade rigorosa direccionada aos gregos mais fracos que já sofreram imenso].

Perante a referência ao programa do ESM (Mecanismo Europeu de Estabilidade), diz que este é sim um “empréstimo estende-e-finge”. Quando se fala da assumpção do programa pelo Executivo, o ex-ministro comenta com “o Governo do Syriza tem de assinar a declaração de se ter rendido à ‘lógica’ da troika”.

Quando o documento oficial da Cimeira de líderes que durou de domingo até à manhã de segunda-feira, refere que será necessário que a Grécia peça o apoio do FMI, Varoufakis afirma que, na realidade, “Berlim continua a acreditar que à Comissão não pode ser confiada o ‘policiamento’ dos programas de ‘bailout’ da própria Europa”.

Num extenso documento pejado de anotações, o ex-governante considera que a indicação de que “a Cimeira do Euro dá boa nota dos compromissos das autoridades gregas para legislar sem atraso um primeiro pacote de medidas”, significa, na realidade, que a “Grécia tem de se sujeitar a si mesma ao ‘waterboarding’ [técnica de tortura de afogamento] fiscal, mesmo antes de qualquer financiamento ser oferecido”.

Fonte: Económico

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