O investimento externo continua forte em Portugal. Desta vez foi o fundo Oakley, dono do Time Out Group, a comprar o Mercado da Ribeira para exportar o conceito.

Antes foram os ingleses e os irlandeses, hoje são os franceses, os brasileiros e os chineses que mais investem em imobiliário em Portugal, mas não só. Um bom exemplo disso, foi a venda esta semana do Mercado da Ribeira ao fundo Oakley Capital Investments, com sede na Bermuda, proprietário do Time Out Group.

A operação, que demorou cerca de dois meses a ser concretizada, foi coordenada pela área de Imobiliário e Construção da PLMJ, liderada por Tiago Mendonça de Castro. «Esta foi uma operação emblemática e muito exigente de Corporate Real Estate, que teve por alvo a sociedade que explora um espaço comercial único e com características muito particulares, até pelo know-how e experiência que se pretendia adquirir da parte de quem implementou, com enorme sucesso, um mercado tradicional com estas especificidades e que consegue ser hoje muito mais do que um grande espaço de restauração. É também um dos pólos de dinamização imobiliária da frente ribeirinha e uma das bandeiras turísticas da cidade de Lisboa, com enorme visibilidade no panorama nacional e internacional», revela Tiago Mendonça de Castro.

A ideia do fundo Oakley Capital Investments é replicar a ideia portuguesa do Mercado da Ribeira noutras cidades mundiais, nomeadamente em Londres, Nova Iorque e Dubai. A empresa internacional viu neste projecto, que converteu com sucesso um mercado tradicional num food market gourmet e trendy, um enorme potencial para ser exportado.

Este é mais um caso que demonstra que o investimento estrangeiro em Portugal continua a crescer. Os norte-americanos são neste momento dos investidores mais representativos, sem esquecer os espanhóis.

De Janeiro a Maio de 2015, foram transaccionados em Portugal cerca de 800 milhões de euros só em imobiliário comercial, envolvendo mais de 20 activos e representando um fluxo de capitais estrangeiros superior a 600 milhões de euros.

De acordo com o último relatório da Cushman & Wakefield (C&W) sobre os dados do mercado de investimento imobiliário em Portugal, estes valores retratam um recorde no mercado português -, nunca em mais de 15 anos de registos foi atingido um valor tão elevado no primeiro semestre do ano.

Os capitais americanos foram os mais representativos, canalizando para o imobiliário comercial mais de 400 milhões euros e atingindo um novo máximo histórico do investimento norte-americano no imobiliário português, que ao longo de 2014 tinha atingido os 350 milhões euros.

Valor médio de 58 milhões de euros por negócio
Na realidade, o investimento estrangeiro em Portugal tem vindo a dar dinamismo ao sector, e sobretudo confiança. O valor médio de 58 milhões de euros por cada investimento comercial está largamente acima da média de 17 milhões dos últimos dez anos. E de acordo com o relatório da C&W esse aumento não se deveu exclusivamente a uma mudança em termos de activos negociados.

O sector de retalho, após alguns anos de menor atractividade, recuperou este ano a primazia em termos de volume investido, representando 67% do total.

«Tendo em conta a actual situação do mercado e o volume de negócios ainda em curso, as nossas expectativas apontam para uma manutenção deste forte crescimento do volume total transaccionado, sendo cada vez mais provável que se atinja um novo recorde absoluto no mercado português», revela Marta Esteves Costa, directora do departamento de research e consultoria da C&W.

No primeiro trimestre de 2015, as yields prime aproximaram-se já dos valores pré-crise, situando-se nos 6% para escritórios e centros comerciais, 5,75% para comércio de rua e 7,5% para indústria.

Fonte: Sol

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