Empresa portuguesa de mobiliário está a reestruturar plano de negócios deste ano, visando a redução de custos com pessoal. Maioria do subsídio de Natal de 2012 ainda não foi paga.

A Moviflor vai intensificar, este ano, o plano de redução de custos que tem em curso desde 2011, através de mais cortes de pessoal. Actualmente com 24 lojas em Portugal e 1.200 funcionários, em 2012 a empresa dispensou perto de 300 colaboradores.

Numa comunicação interna a que o SOL teve acesso, com data de 15 de Março, a Moviflor informava os funcionários que «se encontra disponível para receber propostas individuais e voluntárias de rescisão do contrato de trabalho por mútuo acordo, ou meras manifestações de vontade nesse sentido, procurando-se posteriormente, no âmbito da negociação de cada caso concreto, encontrar as melhores soluções para ambas as partes».

No documento – que fixa esta segunda-feira 15 de Abril como prazo limite – a empresa indica ainda que «não conseguirá evitar uma redução significativa dos seus postos de trabalho».

Questionada pelo SOL, a Moviflor não dá mais detalhes sobre o processo, nomeadamente sobre calendários e metas para as rescisões. Fonte oficial diz apenas que, «devido à crise económica que se tem vindo a sentir em Portugal, foi necessário rever e reestruturar o plano de negócios para 2013, o que representará uma redução do quadro de colaboradores, para garantir a sustentabilidade da empresa».

A diminuição do poder de compra dos portugueses, a consequente quebra nas vendas, e o aumento da carga fiscal são algumas das razões apontadas pelo grupo liderado por Teresa Albuquerque para justificar estas medidas. Em Novembro passado, em entrevista ao SOL, a responsável revelava que nos últimos dois anos o volume de negócios da Moviflor tinha caído 25%. E que o exercício de 2011, cujo volume de negócios rondou os 120 milhões de euros, tinha fechado com prejuízo, embora escusando-se a revelar valores. Nessa altura, a directora-geral esperava que o segundo semestre deste ano trouxesse «alguma recuperação». E afirmava que, depois de ter encerrado três lojas em 2012 – ano em que facturou cerca de 100 milhões de euros – não previa encerramentos em 2013. Isto apesar de também não excluir a hipótese de dispensar mais funcionários: «Se o mercado implicar um maior ajustamento dos custos, eventualmente, teremos de fazer rescisões».

Subsídios em atraso 

Além disso, há pagamentos em falta. Nos últimos meses, os ordenados têm sido pagos «aos bocados e mantém-se em atraso 75% do subsídio de Natal de 2012», indica José Monteiro, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP). «Os trabalhadores que estão a ir de férias em 2013, também não estão a receber subsídio de férias», acrescenta, frisando que «não há compromisso da empresa de quando terá condições para pagar».

Confrontada sobre esta situação, ao SOL, a empresa também não avança calendários, nem qual o montante em dívida. «Temos procurado assumir os compromissos com os nossos colaboradores e fornecedores, tentando regularizar todas as situações com os mesmos. Só depois da implementação do plano de reestruturação em curso será possível reavaliar a situação e decidir sobre acções futuras», diz fonte oficial.

Fonte: Sol

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