Autoridades reviram em baixa o valor máximo de divisas com que cada residente pode sair do país. O objectivo é evitar “fuga de capitais” que possa colocar em causa a estabilidade monetária.
Angolanos ou estrangeiros residentes no país não podem sair de Angola com mais de 10.000 dólares, contra o anterior limite de 15.000 dólares. O corte em cerca de um terço do valor máximo de divisas com que cada residente cambial pode sair do país foi anunciado hoje num quadro em que a eventual “fuga de capitais” pode colocar em causa a estabilidade monetária.
Da reunião conjunta das comissões económica e para a economia real do conselho de ministros saiu ainda a decisão de reduzir para 3.500 dólares as divisas que podem ser transportadas por menores, que até agora podiam sair do país com 5.000 dólares.
Cidadãos nacionais e estrangeiros residentes em Angola passam, assim, a ter o mesmo limite para saída de divisas, por viagem, que os não residentes cambiais.
“Isto tem a ver com a necessidade de protegermos as divisas dentro do território nacional, porque verificamos que tem estado a haver uma fuga de divisas e a pôr em causa a nossa estabilidade monetária”, disse no final do encontro o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Valter Filipe da Silva, citado pela agência Lusa.
O anúncio desta medida acontece dois dias depois ter sido divulgado o pedido de assistência financeira de Angola ao FMI, o segundo pedido de resgate no espaço de sete anos. Em causa está o efeito da queda do preço do petróleo – matéria-prima que vale 70% da receita fiscal do estado angolano e cujo encaixe caiu para menos de metade no espaço de um ano. O programa começará a ser negociado ainda este mês.
As reservas internacionais angolanas desceram em Fevereiro, e segundo a Lusa, cerca de 250 milhões de euros, situando-se nos 24.263 milhões de dólares (22,1 mil milhões de euros), contra os 24.534 milhões de dólares (22,3 mil milhões de euros) registados em Janeiro.
Angola recusou, entretanto, que se trate de um resgate, alegando que se trata do pedido de um Programa de Financiamento Ampliado para apoiar a diversificação económica a médio prazo – para garantir novas exportações e entrada de divisas -, negando que se trate de um resgate económico.
Fonte: Económico
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