No leilão desta manhã, o tesouro financiou-se a três meses a uma taxa de -0,013%. Montante total levantado excedeu previsões do IGCP.

O Tesouro português levantou esta manhã um montante acima do esperado nos dois leilões de dívida realizados, tendo reduzido os custos de financiamento em ambos os casos – recuando para uma taxa negativa de -0,013% -, apesar da redução da procura.

No total, a agência que gere a dívida pública levantou 1.150 milhões de euros nas duas operações (a três e 11 meses), acima do montante máximo indicativo esperado – mil milhões de euros.

Depois de em Maio ter estreado juros negativos no prazo a seis meses, a maturidade que vence em Novembro próximo também entrou hoje em terreno negativo (-0,013% face a 0,044% na última emissão comparável, de 17 de Junho), correspondendo a 400 milhões de euros obtidos.

Já no prazo a 11 meses, que vence em Julho do próximo ano, a taxa média ponderada para os 750 milhões de euros realizados situou-se ainda mais próximo de zero (nos 0,021%, contra 0,159%).

Em ambos os casos a procura ficou abaixo da verificada em Julho.

“Note-se que esta emissão com uma taxa negativa irá vencer depois das eleições legislativas agendadas para 4 de Outubro, o que revela a confiança do mercado na envolvente política nacional”, refere Steven Santos, gestor do BiG, numa nota a que o Económico teve acesso.

Segundo o mesmo responsável, o objectivo principal destes dois leilões era “renovar títulos de curto prazo próximos da maturidade”, referindo-se a cerca de dois mil milhões de euros que vencem entre esta sexta-feira e 18 de Setembro.

“O mais importante, para mim, nem é o facto de termos uma taxa negativa. Mas o facto de as duas taxas serem próximas do zero está a permitir ao país fazer o roll-over da dívida (substituir dívida antiga com taxas ais elevadas por dívida nova com taxas mais baixas) com evidentes ganhos”, refere por seu lado Filipe Silva, director da gestão de activos do Banco Carregosa.

De acordo com este responsável, tem havido uma queda no custo médio da dívida portuguesa e o facto de o montante total emitido ter saído acima do previsto dá conta de que Portugal está a “aproveitar” esta oportunidade.

“Estarmos a baixar o custo médio da nossa dívida é uma óptima notícia”, conclui.

Fonte: Económico

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