O site independente grego Macropolis fez as contas ao financiamento líquido que será necessário até final de 2018 se o pedido ao Mecanismo Europeu de Estabilidade for aprovado no domingo

As necessidades brutas de financiamento da Grécia até final de 2018 somam 61,7 mil milhões de euros a que se deverá adicionar, pelo menos, cerca de 6 mil milhões de euros para uma nova recapitalização bancária. São as contas do site grego independente Macropolis com base na análise de sustentabilidade da dívida grega realizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e divulgada a 2 de julho.

Contando, no período do programa até final de 2018, com estimativas de 2 mil milhões de euros em privatizações, mais de 4 mil milhões em lucros das obrigações gregas detidas pelo Eurosistema e pelo Banco Central Europeu (BCE) e 9,4 mil milhões em saldos orçamentais primários, o resgate poderá baixar para um pouco mais de 50 mil milhões de euros. A análise preliminar realizada pelo FMI apontava para 51,9 mil milhões entre outubro de 2015 até final de 2018, com uma injeção de dinheiro fresco europeu na ordem de 36 mil milhões.

Há, no entanto, dois riscos que poderão afectar o deve e haver destes cálculos. O deslizar da economia grega a recessão – com a Fitch e a Standard & Poor’s a apontarem para quebras do PIB em 2015 na ordem de 1,5% e 3% respetivamente – comprometerá a possibilidade de obtenção do excedente primário orçamental estimado pelo governo grego e pelos credores oficiais logo para o primeiro ano do programa (1% do PIB, segundo o consenso obtido nas negociações até final de junho). A degradação do sistema bancário grego poderá exigir uma recapitalização na ordem de dois dígitos, superior à estimada.

As necessidades de financiamento até final de 2018, a serem cobertas pelo eventual novo programa, incluem pagamentos aos dois credores oficiais, o FMI que terá a haver 9,9 mil milhões de euros do empréstimo que fez e o BCE e os bancos centrais do Eurosistema que têm em carteira obrigações que vencem num montante de 14,3 mil milhões de euros. A estas duas rubricas de dívida externa oficial, há que somar 5,5 mil milhões de euros em outras obrigações que vencem na mão de credores não oficiais, o financiamento líquido de 2,3 mil milhões em dívida de muito curto prazo (Bilhetes do Tesouro), juros que vencem num total de 17,2 mil milhões e ainda 14,7 mil milhões em dívidas a fornecedores e outras rubricas que necessitarão de reforço como os depósitos do Estado nos bancos comerciais e no Banco da Grécia que estão muito abaixo das metas.

Fonte: Expresso

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